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Contexto e curiosidades
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Tuberculose: Infecção ativa, progressão e latência
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Mycobacterium tuberculosis infection
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Após inalado, o Mycobacterium tuberculosis invade o espaço alveolar e inicia a infecção, onde os macrófagos alveolares residentes podem os eliminar por fagocitose.
Caso os macrófagos não eliminem os bacilos, o microrganismo pode progredir a infecção, alcançando o tecido intersticial pulmonar, diretamente pelo epitélio alveolar ou através de macrófagos alveolares infectados que migram para o parênquima pulmonar.
As células dendríticas ou os monócitos inflamatórios transportam o microrganismo para os linfonodos pulmonares e priming das células T, onde há ativação do recrutamento de células imunes inatas e adaptativas para o parênquima pulmonar, formando granulomas (contenção da infecção).
No entanto, os microrganismos podem continuar o crescimento no interior do granuloma. Caso a concentração bacteriana seja muito elevada, o granuloma não impede a progressão da infecção e o patógeno pode disseminar em outros tecidos e órgãos. Nesse ponto, os microrganismos podem entrar na corrente sanguínea ou reinfectar o trato respiratório (produção de perdigoto/aerossóis para liberação ambiental). O hospedeiro infectado torna-se um transmissor do patógeno, o que se define como tuberculose ativa.
A exposição contínua ao bacilo M. tuberculosis (humano é o único reservatório conhecido) e a reativação da infecção latente são responsáveis pela doença tuberculose.
Estudos genômicos apontam que há uma grande variabilidade genética entre os isolados pelo mundo, propondo que existem cepas hipervirulentas, no entanto, as interações M. tuberculosis e hospedeiros são muito complexas, principalmente, devido ao aumento da transmissão em humanos, da resistência à antimicrobianos e da alta mortalidade em modelos experimentais.
Dada a exposição ao M. tuberculosis, observa-se que pode ocorrer duas alternativas:
> a eliminação do microrganismo: pela resposta imune inata (testes cutâneos de tuberculina -TSTs- e/ou ensaios de liberação de interferons y -IGRAs- podem ser negativos) e resposta imune adaptativa (exposição continuada- os testes citados podem ser negativos ou positivos, pois depende da resposta da célula T de memória). Observação: os infectados nessa condição não se beneficiam da terapia de infecção latente de TB.
> a persistência do microrganismo: pode permanecer latente, em que o individuo apresenta testes da tuberculose positivo e IGRAs positivos (sem sintomas). Obs.: Esses indivíduos beneficiam-se da terapia para infecção latente de TB. Os resultadas positivos de TSTs e IGRAs não implica diretamente em infecção latente.
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Texto completo - Pai,M., Behr, M.,Dowdy,D. et al. Tuberculose. Nat Rev Dis Primers 2, 16076 (2016)
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Virulência: Há um grande risco de progressão de infecção latente para TB ativa.
Região de Diferença 1 (RD1) do microrganismo contém genes que codificam um sistema de secreção bacteriana, conhecido como sistema de secreção ESX-1 43.
>Após a internalização do microrganismo em um fagossomo (macrófagos hospedeiros), o sistema de secreção ESX-1 intermedeia a distribuição de produtos bacterianos no citoplasma do macrófago.
>A ausência de RD1 nas cepas de BCG (vacina), possibilitou o desenvolvimento de ensaios imunológicos que distingue a resposta do hospedeiro à infecção por M. tuberculosis da resposta causada pela vacina BCG (BCG-osis)
>Diversas micobactérias não tuberculosas não possuem o RD1, o que contribui para distinção de infecções entre M. tuberculosisda e micobactérias ambientais..
>O sistema de secreção ESX-1 apresenta uma função importante na patogênese daTB ativa, no entanto, há evidências de que há ESX-1 conservados em algumas micobactérias não tuberculosas (Mycobacterium kansasii, Mycobacterium marinum etc), indicando que há outros pontos relevantes na virulência do M. tuberculosis.
Typical architecture of a TB granuloma
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